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Pessoas negras são ensinadas a sobreviver, mas não deviam!

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Ser uma pessoa negra no Brasil significa carregar marcas históricas que atravessam gerações. Desde a escravidão até os dias atuais, a nós foi negado o direito básico de existir em plenitude. Crescemos aprendendo estratégias de defesa, de autopreservação, de resistência diante de um mundo que insiste em nos violentar.


Mas é urgente afirmar: pessoas negras não nasceram para sobreviver — nasceram para viver.


A sobrevivência como imposição


O racismo estrutural nos empurra para margens: a falta de acesso à saúde, à moradia, à educação de qualidade, ao trabalho digno e ao cuidado coletivo. Desde cedo, muitas de nós aprendemos que precisamos estar sempre atentas, fortes e prontas para suportar dores que não deveriam ser nossas. Esse peso é adoecedor.


Quando falamos em saúde mental da população negra, não podemos desconsiderar essa realidade. Resistir não deveria ser o ponto de partida da nossa existência. É preciso romper com a lógica que nos condiciona à luta pela sobrevivência, como se viver fosse um luxo que não nos pertence.


Viver é um direito


Viver plenamente significa ter direito ao descanso, ao afeto, à alegria, ao cuidado e às oportunidades. Significa acessar espaços sem medo, construir sonhos sem barreiras e ser reconhecido em nossa humanidade.


Na Pretas Ruas, acreditamos que a luta por dignidade é também a luta pelo direito de viver com saúde mental, autoestima, identidade e pertencimento. Nossa atuação com mulheres negras e pessoas em situação de rua parte dessa certeza: nossas vidas não podem ser reduzidas à sobrevivência.


Setembro Amarelo


No Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, precisamos falar sobre como o racismo atravessa nossas existências e impacta diretamente nossas possibilidades de viver. A prevenção passa pelo enfrentamento às violências estruturais, mas também pela construção de redes de cuidado, acolhimento e afeto.


🌻 Viver é mais do que resistir.

🌻 Viver é um direito inegociável.

🌻 Viver é ser protagonista em nossa própria história.


Que possamos seguir fortalecendo nossas vozes e ações para que cada pessoa negra, cada mulher em situação de rua, possa não apenas sobreviver ,mas viver com dignidade!


 
 
 

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