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Exemplos de Pensamentos e Posicionamentos Estigmatizados e Preconceituosos sobre a População em Situação de Rua que Impedem um Voluntariado Transformador

Foto do escritor: pretasruaspretasruas


É fundamental que as organizações que atuam com a população em situação de rua estejam atentas aos preconceitos e estigmas que permeiam a sociedade e que podem influenciar o trabalho das pessoas voluntárias. Alguns exemplos de pensamentos e posicionamentos que podem dificultar um voluntariado transformador são:


  • "Eles estão nessa situação por escolha própria": Essa crença ignora as diversas causas complexas que levam alguém a viver em situação de rua, como desemprego, violência, saúde mental, uso abusivo de substâncias psicoativas, falta de moradia e discriminação.

  • "São todos usuários de drogas ou praticam crimes": Generalizar e associar a população em situação de rua exclusivamente a esses comportamentos reforça estereótipos e impede a compreensão das individualidades e das diversas realidades dentro desse grupo.

  • "Não adianta ajudar, eles vão voltar para as ruas": Essa visão pessimista desmotiva o trabalho voluntário e desconsidera a possibilidade de mudança e inclusão social.

  • "Eles não querem trabalhar": Essa afirmação desconsidera as dificuldades que pessoas em situação de rua enfrentam para conseguir emprego, como ausência de documentos, preconceito e poucas oportunidades.

  • "São sujos e transmitem doenças": Essa visão higienista e estigmatizante contribui para a exclusão social e a discriminação.

  • "Não tenho nada a ver com isso": Essa postura individualista e apática impede a construção de uma sociedade mais justa e solidária.


Como esses pensamentos e posicionamentos influenciam o trabalho voluntário?


  • Dificuldade em gerar empatia: Quando as pessoas voluntárias carregam esses preconceitos, fica mais difícil estabelecer uma relação de confiança e respeito com as pessoas em situação de rua.

  • Limitação da visão sobre a realidade: As pessoas voluntárias podem ter uma visão parcial e distorcida da situação, o que impede a compreensão das necessidades reais dessas pessoas.

  • Desmotivação e desistência: Ao perceberem a complexidade da situação e a resistência da sociedade em relação à questão, as pessoas voluntárias podem se sentir desmotivados e desistir do trabalho.

  • Aumento do risco de práticas de tutela: A crença de que as pessoas em situação de rua precisam ser "salvas" pode levar a práticas de tutela e assistencialistas, que não respeitam a autonomia e a dignidade dessas pessoas.


Como trabalhar com as pessoas voluntárias para superar esses desafios?


  • Oferecer formação contínua: É fundamental que as pessoas voluntárias recebam formação sobre a realidade da população em situação de rua, as causas da desigualdade social e os direitos humanos.

  • Promover atividades de sensibilização: A realização de atividades como rodas de conversa, palestras e visitas a rua, abrigos e ocupações podem ajudar a desconstruir preconceitos e promover a empatia.

  • Incentivar a escuta ativa: É importante que as pessoas voluntárias aprendam a ouvir as histórias de vida das pessoas em situação de rua, sem julgamentos.

  • Valorizar a diversidade: É fundamental reconhecer e valorizar as diferentes experiências e perspectivas das pessoas voluntárias.

  • Criar um ambiente de acolhimento e respeito: É importante que as pessoas voluntárias se sintam acolhidas e respeitadas dentro da organização.


Ao trabalhar de forma consciente e intencional com as pessoas voluntárias, a organização pode contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

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