
Na madrugada, um adolescente incendiou deliberadamente uma pessoa em situação de rua no Rio de Janeiro. O caso, que choca pela brutalidade, não é um fato isolado, mas o reflexo de um ciclo de desumanização, abandono e impunidade que se repete há anos.
A vítima, pertencente a uma população historicamente invisibilizada, se soma a uma estatística alarmante de violência contra corpos pretos, pobres, em situação de rua e periféricos, constantemente alvos de agressões que, muitas vezes, não recebem a devida atenção do poder público.
O episódio levanta questões urgentes: quem será responsabilizado? O Estado, que falha em garantir moradia e dignidade? A sociedade, que escolhe ignorar a existência dessas pessoas? O sistema de justiça, que historicamente silencia diante da violência contra os mais vulneráveis?
Enquanto notas de repúdio se acumulam sem medidas concretas, mais vidas seguem em risco. O crime expõe a necessidade urgente de políticas públicas eficazes, de responsabilização e de uma mudança estrutural que impeça que a rua continue sendo palco de tragédias anunciadas.
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